segunda-feira, 22 de junho de 2009

Orgulhosa África, Poderosa África


Regina Abrahão*

Várias notícias dão conta, desde maio, de uma reunião ocorrida em meados de abril em Dakar, que tratou de política referente aos países emergentes, e de outros nem tanto. Preocupações com a África, onde, segundo eles, as perspectivas para o continente são ainda mais sombrias. Para os já quase um bilhão de habitantes espalhados por 53 países,16 deles vivendo em conflitos étnicos e sociais, 40% da população total vivendo abaixo da linha da pobreza, a crise mundial tenderá a ser ainda mais perversa.

Mas o que poderia ser mais perverso para quem, num único conflito recente teve como saldo um milhão de mortos (Sudão), a mais baixa expectativa de vida do mundo (37 anos, Zimbábue) e segundo a ONU detém os primeiros vinte primeiros lugares da lista de piores países para se viver?

A saída para o neoliberalismo, e o que eles propõem para a África certamente será o mesmo antiquado e azedo remédio que já provou ser ultrapassado. Não deu certo em nenhum país do mundo. Pena que o povo de memória curta, o mesmo que esbravejava contra a intromissão do Estado no mercado, na primeira dor-de-barriga do Deus mercado correu pedindo remédio para o tão ineficaz estado. Eles, os liberais podem. As economias emergentes, não. A GM, os bancos, as corretoras, construtoras, estes todos podem receber auxílio estatal. eles podem ser abençoados por Deus Mercado. Quanto aos emergentes, ponham-se em seu lugar. Este é o pensamento neoliberal. E é este o pensamento que temos que quebrar. Porque os espoliados, sejam da América Latina, da África, da Ásia, somos nós quem ainda sustentamos os luxos e as excentricidades. Deles, que acham normal existirem cidadãos de classes diferenciadas. Na prática, um tipo um pouco mais disfarçado de escravidão.

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